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Atribuir sentido e buscar explicações é uma característica humana. Tanto as crianças quanto nós, adultos, tentamos entender e estruturar o que está a nossa volta e o fazemos baseados no que temos à disposição: nosso conhecimento atual, construído a partir de nossas experiências (o que vivemos e ouvimos). Diante de um fato ou dado novo, por exemplo, não esperamos que alguém nos diga o que pensar, mas atribuímos um sentido para ele e criamos explicações que nos satisfazem, até que novos fatos ou novas informações nos contradigam e nos levem a rever o que pensamos.

Estas ideias, explicações ou teorias informais são o que chamamos de "senso comum", quando formuladas por adultos, ou crenças infantis quando formuladas por crianças. Senso comum ou crenças infantis, são concepções ingênuas que não condizem com o que é conhecido e aceito pela ciência.

Resumindo, podemos dizer que estas "teorias" não se constroem ao acaso, mas são baseadas em evidências e na experiência e são, antes de tudo, um esforço na busca de sentidos que resultam em concepções laboriosamente formuladas e que devem ser consideradas quando as crianças chegam à  escola ou quando os adultos iniciam uma formação, como é nosso caso.

 

E por que estas ideias devem nos interessar? Por que devem ser consideradas?

Porque mudanças conceituais sempre são muito difíceis. Adultos e crianças, como vimos no relato, resistem em abrir mão de conceitos intuitivamente elaborados, ainda que tenham aulas sobre o assunto que contradigam completamente estas ideias e pré-conceitos.

Sendo papel da escola aproximar os alunos dos conhecimentos cientificamente construídos, é fundamental desequilibrar (no sentido piagetiano) estas ideias pré-concebidas, pois só assim os alunos começam a ter dúvidas sobre elas e estas dúvidas é que podem abrir espaço para a revisão, para a escuta real e para uma reconstrução conceitual.

Tendo estas informações em mente, convidamos vocês a:

  • explorarem algumas experiências que partem do pressuposto de que é importante para a aprendizagem auxiliar os alunos a questionar, investigar, enfim, a operar sobre dados, fatos, informações;

  • analisarem como as tecnologias digitais foram usadas nestas experiências e como vocês poderiam vir a usá-las.

Leia  este diálogo que mostra como uma criança busca coordenar as informações que recebe da ciência e da religião.