Escrita Coletiva 

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Uma atividade muito divertida e que tem a intenção de favorecer a expressão escrita em sala de aula é a produção de histórias, em grupo. A atividade pode ser iniciada a partir de um parágrafo, que encaminha a história ou a narrativa para determinada direção, e prossegue com os alunos acrescentando, alternadamente, trechos que dão seguimento a ela.

 

O processo de escrever junto é um campo fértil para trocas sociocognitivas. Embora haja um componente lúdico, este tipo de atividade requer um esforço na direção do estabelecimento de relações de cooperação e reciprocidade entre os componentes do grupo. Além disso, produzir em coautoria implica em movimentos constantes de ir e vir, no texto ainda incompleto, para poder assumir, em diferentes momentos, o papel de leitor e de escritor.

Para resumir, podemos dizer que produzir uma história coletiva exige, de cada componente do grupo, consideração para com todos os demais, exige descentrar-se do seu ponto de vista para tentar colocar-se na perspectiva dos que o antecederam na escrita e assim poder dar uma continuidade lógica ao texto em andamento.

 

Imaginem quão criativo pode ser escrever junto com colegas uma história, com começo, meio e fim! Imaginem o que pode resultar de  5 ou 10 cabeças a pensar e a definir rumos para uma narrativa! Atividades como essa enriquecem os processos de operar juntos sobre um mesmo objeto de criação.

É uma experiência que podemos tentar e que é facilitada pela tecnologia digital.

 

Vamos examinar algumas experiências já realizadas?

 

Proposta 1- Criação de histórias narrativas


Como fazer?

 

A ideia é dar corpo a diferentes tipos de histórias. Como já dissemos, podemos oferecer um parágrafo inicial e o grupo dá continuidade ao enredo. Neste trabalho, podemos utilizar editores de texto, como o KWord que vocês encontram no laptop, salvar os arquivos produzidos pelos grupos no servidor da escola e retomá-los, quantas vezes se fizer necessário, para terminá-los.

Quando usamos editores de texto, para realizar histórias coletivas, precisamos combinar com os alunos como vamos identificar a participação de cada um. Nesta situação podemos, por exemplo, determinar uma cor para cada aluno. Assim, cada porção de texto introduzida, pode ser feita com a cor diferenciada, previamente combinada, para identificar quem escreveu. Outra opção é colocar o nome, no final dos diferentes trechos introduzidos. Quando o texto for dado por terminado, podemos guardar uma cópia deste arquivo com as identificações e fazer outra, suprimindo os nomes dos participantes, para facilitar a leitura da história.

 

Outro suporte muito interessante para este tipo de atividade é o wiki, ou works, que possibilita a escrita online. O uso deste recurso da web 2.0 facilita o trabalho porque permite acessar os textos e trabalhar neles, em qualquer horário e lugar, desde que haja um computador ou laptop conectado à internet. Os wikis, ou works, ainda oferecem a vantagem de podermos visualizar como, quando e com o quê, cada participante do grupo contribuiu. Podemos ver, por exemplo, se a contribuição:

  • foi inserida no meio ou no final do texto em andamento;
  • teve o propósito de aprofundar um aspecto da história ou introduzir nova situação ou personagem;
  • teve o propósito de revisar a coerência do texto e para isso parágrafos foram realocados ou suprimidos;
  • foi na direção da correção ortográfica ou da melhoria da formatação.

Nesta proposta, é interessante criar vários pontos de partida, que encaminham para diferentes tipos de enredos, para garantir a formação de grupos, com um número razoável de autores (em torno de 8 a 10), em torno de cada um. Além disso, é importante discutir com os alunos os aspectos que podem facilitar ou dificultar a cooperação e o desenrolar da atividade. O trabalho é favorecido quando os alunos conseguem:

  • dar sequência ao que já está escrito;
  • manter um ritmo uniforme e bem distribuído de produção;
  • introduzir novos personagens, sem incorrer em excessos ou provocar impasses no enredo;
  • modificar os rumos da história, com coerência;
  • introduzir parágrafos ou elementos acima, abaixo ou entre os  já escritos, para tornar a história mais interessante;
  • melhorar os textos de colegas, com a intenção de enriquecê-los ou torná-los mais claros;
  • expressar ideias, sem entrar em detalhes desnecessários ou muito longos;

Sugerimos que essas dicas sejam discutidas com os alunos e, se eles acharem necessário, outras poderão ser incluídas. O importante é a negociação e a fixação de um conjunto de regras de convivência no espaço em que o texto está sendo escrito. Nessa mesma negociação, o grupo pode determinar o tempo de duração da ação e o que farão com aqueles que não participarem do trabalho.

Vamos a alguns exemplos?