Escrita

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A escola deve permitir um acesso inteligente às condições de enunciação próprias da escrita: é preciso aprender a solicitar, argumentar, contar, dar instruções, perguntar, responder, informar, comentar e dialogar por escrito. (FERREIRO, 2001) Ferreiro, Emília. Atualidade de Jean Piaget. Trad. Ernani Rosa Porto Alegre: Artmed Editora, 2001

 

A escrita é uma tecnologia de comunicação, ou seja, é uma tecnologia essencialmente ligada à troca, à interação e tem por finalidade o registro de ideias, emoções ou informações, em suportes capazes de fixá-las, para serem lidas em situações e momentos diferenciados e distantes, no tempo e no espaço.

Construímos nossa linguagem oral de forma natural, em função do desejo e da necessidade de entender e nos fazermos entender pelas pessoas com as quais convivemos. Na origem e na motivação para compreender e usar a escrita também estão a necessidade e o desejo de compreender, informar, encantar e/ou convencer os outros. Logo, para fazer sentido, a escrita precisa de um contexto de comunicação verdadeiro.

 

Vamos aprofundar estas ideias?

 

Sabemos que apesar de existirem inúmeros suportes (livros, revistas, placas informativas, outdoors, bulas, manuais, ...) criados para a escrita, principalmente nas zonas urbanas, nem sempre isso fica evidente e é considerado no espaço escolar. Algumas vezes por força das circunstâncias, outras por desconhecimento, a escola limita estes suportes ao quadro negro e ao caderno e reduz a função comunicativa da escrita à relação professor / aluno. O aluno escreve, mais para expor seu entendimento da gramática e da ortografia do que para comunicar, argumentar ou informar e o professor lê, mais para corrigir do que para compreender o que ou como o autor do texto pensa.

 

Segundo Dutra (s/d) Dutra, Vânia. O texto de opinião no Ensino Fundamental. UERJ, s/d. Disponível em: http://www.filologia.org.br/ixcnlf/10/13.htm Acesso: Jan. 2010 a escrita feita na escola e para a escola acaba levando os alunos a produzirem textos que atendem ao que ela chama de “padrão escola”, ou seja, textos que buscam prioritariamente atender às expectativas dos avaliadores e que têm por finalidade uma nota. A autoria ainda afirma que: ter esta perspectiva em mente, faz com que os alunos não arrisquem, não ousem na construção de seus textos e isso resulta em produções pouco criativas e muito parecidas entre si (reprodução).

 

Como podemos reverter este quadro?